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Balé de Rua no outro lado do mundo

Núbia Mota - Publicado em 13/09/2011 - www.correiouberlandia.com.br

Companhia uberlandense se apresenta hoje em Bagkok, na Tailândia

Na contramão da crise que levou à demissão de toda a equipe, a Companhia Balé de Rua leva o nome de Uberlândia para o 13º Festival Internacional de Dança e Música de Bangcoc, capital da Tailândia. A apresentação acontece hoje, no Tailand Cultural Centre, com capacidade para 2 mil lugares e até o último contato com os diretores do grupo, os ingressos estavam praticamente esgotados.

Neste mês, o Balé de Rua comemora 20 anos de formação e se viu obrigado a demitir todo o elenco, em julho, por falta de patrocínio. A esperança é que apareça ajuda financeira na volta da Tailândia e tudo se normalize. Em fevereiro de 2012, eles ainda seguem para a Suíça, somando 13 países visitados. “Vamos para um hotel luxuoso, comer comida boa, seremos aplaudidos, mas assim que pisarmos no Brasil, a carruagem vai virar abóbora”, afirmou o coreógrafo e um dos diretores Marco Antônio Garcia, em recente entrevista ao CORREIO de Uberlândia.

Para manter a companhia, eles precisam da ajuda de empresários que dêem uma contrapartida de R$ 600 mil aprovados pela Lei Rouanet, com abatimento de 4% no imposto de renda. “Pode ser mais de um empresário, que unidos nos ajudem”, disse o diretor Fernando Narduchi.

Antes que a possível ajuda chegue, os fundadores do grupo estão ampliando os serviços do Espaço Cultural Balé de Rua, disponibilizando o local para eventos e para professores de dança que queiram dar aula de outro tipo de modalidade.

 


 

Companhia de Dança Balé de Rua de Uberlândia está ameaçada - Entidade passa por uma crise financeira e corre o risco de perder a sede

Publicado em 05/08/2011 às 11:48   Por MGTV TV Integração de Uberlândia.

 

 

Passos carregados de amor pela arte e pelo Brasil. Foi assim que a Companhia de Dança Balé de Rua conquistou admiradores até na Europa. Quase 20 anos de história que estão com os dias contados. Uma mistura de funk, com break e hip hop. Danças americanas que ganharam estilo próprio foram reinventadas com o jeitinho brasileiro.

O grupo que nasceu na periferia de Uberlândia ganhou o mundo com a dança de rua. Turnês por 11 países, entre eles, França, Itália e Alemanha. No Brasil, apresentações em mais de 40 cidades. Espetáculos para um público de quase 350 mil pessoas.

Mas agora a história construída em 19 anos está ameaçada. Apesar de reconhecida no Brasil e no exterior, a Cia Balé de Rua de Uberlândia passa por uma crise financeira sem precedentes. E todo o talento, genuinamente brasileiro, nascido na periferia, pode sumir dos palcos. “Nós perdemos patrocinadores e ao mesmo tempo paramos de fazer turnês e ainda não recebemos cachê”, conta o diretor da Cia, Fernando Narduchi.
Sem dinheiro, a companhia corre o risco de perder a sede, já que o local é alugado. Sem ter como pagar os salários, os 16 dançarinos foram demitidos. “Muitos estão vivendo de seguro desemprego, outros de bicos como pedreiro, eletricista”, diz o fundador e coreógrafo Marco Garcia.

“Apesar de amar a dança, amor não enche barriga. É a profissão que a gente conhece, muitos tiveram a carteira assinada pela primeira vez na Cia”, diz a bailarina Sandra Mara. Ela é a única mulher no corpo de bailarinos. Entrou na companhia há 15 anos.

Mesmo sem salário, os dançarinos continuam frequentando a companhia. Ensaiam para duas turnês que já estavam agendadas: em setembro na Tailândia e, em fevereiro de 2012, na Suíça.

A companhia também realiza trabalhos com jovens carentes. “O projeto tem dez anos e atende 200 alunos. Dos 16 bailarinos, dez foram formados nesse projeto”, diz Fernando.

E as ações voltadas para a periferia não terminam aí. No bairro Joana D´arc, um dos mais carentes de Uberlândia, num terreno funciona um projeto social e que tem a participação da Cia Balé de Rua. A Casa do Caminho atende 25 crianças e adolescentes em situação de risco.

É aí que entra o bailarino da companhia, Paulo Edson. Sem ganhar um centavo ele ensina os primeiros passos da dança de rua. “Eu comecei na periferia, num centro de formação como esse. O sonho de muitos dos meninos é ser um bailarino, assim como eu”, conta.

Mas para que os projetos da companhia continuem e, claro, o corpo de balé reconhecido mundialmente também, só há uma saída: arrumar um patrocínio.

Eles só querem dançar. “A nossa vida é dançar, mostrar para o mundo o potencial de Uberlândia e do Brasil”, diz o bailarino Alexandre Silva.

 


 

Por falta de patrocínio, Companhia Balé de Rua demitiu os 19 profissionais

Núbia Mota - Publicado em 3/08/201 - www.correiodeuberlandia.com.br

 

Bailarinos e coordenadores mantêm o sorrido na hora dos ensaios, mesmo com as incertezas sobre o futuro

A um mês de completar 20 anos, o Balé de Rua está com todo elenco desempregado. Sem dinheiro para pagar os R$ 545 reais de cada bailarino, a companhia de dança se viu obrigada a dar baixa nas carteiras de trabalho, na esperança que surjam empresas patrocinadoras e o documento possa novamente ser assinado. Enquanto isso, os 16 bailarinos e três diretores continuam os ensaios para cumprir a agenda com uma turnê para Tailândia, em setembro, e para a Suíça, em fevereiro de 2012.

Feitos os acertos trabalhistas, com 25 mil euros adiantados das apresentações internacionais, o receio do grupo agora é perder o Espaço Cultural, inaugurado há cinco anos. “Pagamos os R$ 4,7 mil do aluguel de julho que foram tirados de uma apresentação que fizemos em São Gonçalo do Rio Abaixo (MG). Neste mês, só Deus sabe”, disse Fernando Narduchi, um dos fundadores do grupo ao lado de Marco Antônio Garcia e José Marciel da Silva.

Há três anos sem patrocínio, com o projeto de manutenção da companhia aprovado pela Lei Rouanet, mas sem a contrapartida de nenhuma empresa, a situação é a pior vivida pelo grupo, que já passou sete meses sem pagar os salários em meados de 2004. “Tinha a esperança de crescer e hoje somos grandes. Fomos aplaudidos por mais de 350 mil pessoas em todo mundo, mas estamos nessa situação e não entendemos o porquê”, disse Marco Antônio Garcia. Entre os grupos que já patrocinaram o Balé de Rua estão Usiminas, CTBC, Souza Cruz e Telemig.

Um dia de cada vez

 

Alexandre Silva e Jivago

Com viagem marcada para Bangcoc, capital tailandesa, no dia 9 de setembro, Garcia faz um paralelo com o que os espera lá fora e a situação vivida. “Vamos para um hotel luxuoso, comer comida boa, seremos aplaudidos, mas assim que pisarmos no Brasil, a carruagem vai virar abóbora”, afirmou o coreógrafo.

Alexandre Bento da Silva, 35 anos, está há 17 na companhia Balé de Rua. Deixou a profissão de serralheiro para seguir a arte e realizar o sonho do irmão mais velho. “Ele queria ser de um grupo profissional, mas morreu antes”, afirmou o bailarino que conheceu os 11 países visitados pelo grupo. Os R$ 545 mensais usados para sustentar a família são o único sustento do profissional, que também é professor do projeto “Novos Talentos”, com aulas gratuitas a cerca de 220 crianças e adolescentes carentes de diferentes locais da cidade, que neste ano teve patrocínio da Tim. “É uma história tão bonita e hoje vejo meu sonho se transformar em pesadelo”, disse.

O Balé de Rua foi o primeiro registro em carteira de Jivago Afonso Silva, 19 anos, o caçula da companhia, que continua com o mesmo afinco nos ensaios para a turnê na Tailândia. “Quando subo no palco, esqueço os problemas, mas venho todos os dias para o Espaço Cultural, como se fosse a última vez”, disse o bailarino.

Captação pela Lei Rouanet

Para manter a companhia, o Balé de Rua precisa da ajuda de grandes empresários que dêem uma contrapartida de R$ 600 mil aprovados pela Lei Rouanet, com abatimento de 4% no imposto de renda. “Pode ser mais de um empresário, que unidos nos ajudem”, disse Fernando Narduchi.

A secretária Municipal de Cultura, Mônica Debs, disse que mantém um trabalho junto aos contadores de empresas de Uberlândia para explicar a importância patrocinar projetos culturais, tanto em âmbito municipal, estadual ou federal. “Para as empresas é um bom negócio ter a marca vinculada a cultura. Ainda mais relacionada ao Balé de Rua que tem um valor artístico incontestável, com mérito mundial”, afirmou Mônica Debs.

Antes que a possível ajuda chegue, os fundadores do grupo estão ampliando os serviços do Espaço Cultural Balé de Rua, disponibilizando o local para eventos e para professores de dança que queiram dar aula de outro tipo de modalidade.

Currículo Balé e Rua

Turnê por 11 países e 42 cidades brasileiras Um público estimado em mais de 350 mil pessoas Aulas gratuitas para 220 jovens carentes no projeto “Novos talentos” Participação nos programas do Faustão, Xuxa, Serginho Groisman, Regina Casé, entre outros

Centro Cultural Balé de Rua Avenida João Pinheiro, 2865 – B. Brasil - Uberlândia/MG 34 3232-6162